A maioria das crianças que adoecem, ficam mais chorosas e agarradas aos pais. Se a sua patologia for tão grave a ponto de exigir uma hospitalização, seu quadro emocional tende a piorar em função de se encontrarem afastadas de sua casa, de familiares e, principalmente, pelos procedimentos médicos e de enfermagem aos quais estas serão submetidas. Na maior parte do tempo de hospitalização, a criança fica restringida ao leito, submetida à passividade, cercadas de pessoas estranhas e para ela, más por trazerem a dor e o sofrimento. Dor esta representada por todas as agulhadas, cortes e outros procedimentos desagradáveis até mesmo para um adulto. É comum a ocorrência de mecanismos de regressão onde a criança retorna a uma fase anterior à de sua idade (SADALA e ANTONIO, 1995).
Como uma forma de defesa, pode ocorrer à recusa de alimentos sólidos, aceitando apenas papinhas e líquidos; uma diminuição do vocabulário; perda do controle de esfíncteres além de ficar muito assustada.
Neste cenário, a enfermagem precisa se inserir de maneira a tornar o mais agradável possível a estadia da criança no hospital. Gostaria de sensibilizar os profissionais da área de saúde para que consigam captar as reais necessidades das crianças, com a maior paciência possível, utilizando a humanização e a promoção da saúde como instrumento principal.
Para que o tratamento tenha êxito, num período menor de internação, é importante o estabelecimento de vínculo e confiança da criança com o profissional. Atitudes sinceras e verdadeiras, vendo a criança como um indivíduo que têm direitos e deveres, com certeza são fundamentais para o sucesso dessa assistência, que gostaria de atingir.
O conjunto enfermagem/pais/acompanhantes deve familiarizar a criança ao ambiente hospitalar. Ver a mãe/acompanhante como aliada no processo de reabilitação - explicando-lhes as rotinas e procedimentos que serão realizados e o porquê de cada um e que poderá doer ou demorar, mas que ela estará junto com a criança para dar força e coragem é importante. Principalmente, quando são previamente informados e conscientizados para que assumam a mesma conduta.
Devemos possibilitar à criança um espaço para que ela venha a expressar seus sentimentos a respeito das experiências traumáticas, assim como suas ansiedades, raiva e/ou hostilidade. Além disso, a doença pode trazer à criança sentimentos de culpa ou abandono, como se fosse um castigo por algo errado que ela cometeu (SEIBEL; SANCHEZ, 1992). Através de um relacionamento seguro e construtivo é possível uma atuação adequada da enfermagem, podendo ajudar a criança a lidar melhor com suas dificuldades.
Acreditamos que o comportamento do profissional às vezes se esfria e se torna conturbado diante de muito sofrimento (dor, morte, perda) e, também, por falta de recursos materiais e humanos que afetam a sua execução, mas, acima de tudo, está a vida humana, devendo existir o respeito ao paciente, nosso objetivo maior enquanto profissionais.
É preciso parar, refletir e buscar alternativas que visem a um melhor relacionamento entre o profissional e o cliente/usuário hospitalizado, interagindo com vistas a uma recuperação mais rápida de forma humanizada da promoção da saúde.
“A criança é um ser biopsicossocial em crescimento e em desenvolvimento e, como tal, deve ser atendida em toda a sua individualidade nas necessidades básicas de nutrição, educação, socialização e afetividade” (TOPOROVSKI, 1988 apud PEREIRA, 2000. p. 2). A cura das afecções da criança e o êxito do seu tratamento em um ambiente hospitalar não dependem exclusivamente do nível científico do pediatra. O trabalho da equipe de enfermagem é imprescindível.
Neste trabalho, pretendemos realizar uma abordagem sobre o comportamento das crianças hospitalizadas e as crises com as quais se deparam e, ainda, como podemos, enquanto profissionais da área, tentar amenizar este desconforto da criança.
REFERÊNCIA: NEPUMOCENO, L.A. Humanização da Assistência de Enfermagem em Pediatria: Impacto no atendimento. Disponível em: http://www.coren-df.org.br
"Sem dúvida, tratar o próximo com respeito e ser sensível as suas angustias, reflete o cuidado humanizado que todos esperam em situação de fragilidade".
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ResponderExcluirJhessika Flávia, foi e é gratificante tomar conhecimento desse blog. Sou autora do artigo em tela e espero que ele tenha servido e sirva de referência para estudantes e profissionais da área de Enfermagem e público em geral, pois o objetivo central e fazermos a diferença no cuidar do bem mais precioso do homem: A vida. Obrigada por compartilhá-lo. Deus a abençoe! Abraço fraterno.
ResponderExcluirOi, você poderia me disponibilizar em pdf o seu artigo? Eu o vi em outro local porém com o nome de um outro autor, logo, fiquei confusa.
ExcluirAgradeço desde já.